Hoje venho falar de um desconhecido título desenvolvido para nosso querido e esquecido Nintendinho, que nunca colocou suas botas em terras além do Japão. Aproveitarei a deixa para desmistificar a lenda de que os RPG's para este console foram desenvolvidos de forma porca, impossíveis de serem jogados e... brincadeira! Se você está lendo este review e pensando consigo que interpreta papéis neste sistema, você é louco assim como eu.
Brincadeiras à parte, Chaos World foge completamente do padrão: um game balanceado, bem desenvolvido, dinâmico, com um enredo gigante e super interessante, sistema de batalha funcional, e ost bem orquestrada.
Lançamento: 25 de Outubro de 1991
Desenvolvimento e distribuição:
Plataforma: Famicom
Gênero: Strategy/Turn-based RPG
Desenvolvido pela Natsume - desenvolvedora de Final Mission, um dos melhores sidescrolls que já joguei no console - em 1991, e traduzido pelo grupo Aeon Genesis, tem como temática a luta contra a religião maléfica de Ideia, ou melhor dizendo, contra seus seguidores. De início você poderá escolher dentre diversos jobs (Fighter, Knight, Thief, Mage, Priest, Shaman e Bishop), e logo saberá que seu personagem é filho de um grande guerreiro chamado "Mars", assim como também será informado que o "despertar da profecia" começou, dando início à sua jornada.
Curiosamente este game possui vários personagens e todos são relevantes para a estória, de alguma forma ou outra. Tais personagens podem ser recrutados na taverna e usados para completar as várias missões que lhe são oferecidas; estas missões, por sua vez, serão essenciais para a conclusão do game, pois através delas o enredo se desenvolve, assim como fornece itens requisitados durante o desenrolar dos eventos. Um fato curioso é o de que mesmo existindo diversas tavernas interligadas, você só poderá concluir a missão e reaver seu personagem onde aceitou a trabalho.
Quanto ao sistema de batalha, é o mais básico possível, mas funciona bem: Formação e táticas podem ser escolhidas no início da batalha, mas a partir daí a batalha é feita automaticamente, e itens / feitiços / ataques são usados quando necessário, conforme determinado pelo sistema. É justamente por este sistema facilitado, em junção da baixa taxa de encontros, que Chaos World é um jogo muito gostoso de se jogar, o que acaba indo na contramão de outros jogos do gênero no console.
Já falar de seus gráficos pode ser controverso, pois veja bem, é um jogo de Nintendinho. Ainda assim, possui design de personagens, npc's, monstros, cidades e dungeons bastante competente. Particularmente não conheço nenhum outro trabalho deles, mas os responsáveis por esta parte do trabalho foram Yukio Morimoto e Kenichi Yamada.
Um ultimo ponto forte é sua trilha sonora, elaborada por Hiroyuki Iwatsuki e Iku Mizutani, com composições básicas, mas que vão além do clássico som irritante e estridente dos jogos de NES. Claro que, até por quesitos de espaço, várias faixas são repetidas em diversos momentos, como a música tema das cidades, que não muda.
Para finalizar, gostaria de deixar a FORTE recomendação para que tente dar uma chance para este título, que como costumo dizer, copiou Final Fantasy e levou uma pitada de Breath of Fire II, culminando em uma anomalia em um sistema infestado de games horríveis. Enjoy!
Screenshots:
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